segunda-feira, outubro 03, 2005

Autárquicas e Torres Vedras (VI): É de futebol que o meu povo gosta

No meu concelho:
onde um quarto das crianças não têm pré-escolar;
onde a mais moderna escola de 1º ciclo tem quase 20 anos
onde mais de metade das escolas foram feitas pelo Salazar, estando em condições verdadeiramente terceiro mundistas;
onde as escolas não têm espaços exteriores arranjados ou equipados para os filhos de Torres Vedras correrem e treparem sem levantarem uma nuvem de pó, ou esfolarem os joelhos nos calhaus;
onde as escolas não têm equipamentos nem climatização, sendo frias de Inverno e demasiado quentes de Verão (ao contrário dos gabinetes camarários);
onde os pais continuam a ter que “doar” dinheiro para a escola funcionar e ter material básico, enquanto as Juntas de Freguesia mitigam 150 € por ano por cada sala, apresentando esta verdadeira esmola como um grande acto de gestão;
onde as escolas da cidade estão sobrelotadíssimas, não oferecendo um mínimo de condições para fazer alguma coisa que não seja dar aulas a crianças amontoadas;
Qual foi o investimento de vulto em obras para a juventude neste mandato autárquico do PS?
- Relvados ! Sim relvados sintéticos em seis campos de futebol de associações recreativas do concelho. E está já feita a promessa que o projecto é para continuar.
Não sei o que é pior: se perceber que esta gente tem as prioridades todas trocadas; ou se constatar que a minha autarquia julga que somos todos parvos e por nos dar futebol, vamos a correr votar neles.

Comments:
Nesta eleição, mais do que em qq outra, se poderá dizer seguramente, acerca do seu resultado, que os torrienses terão o que merecem. Apetece-me dizer que o que se vai medir nestas eleições é - principalmente - o Q.I. colectivo da sociedade torriense. Aguardemos, com tranquilidade (se formos capazes).
 
Subscrevo na íntegra. Melhor mesmo é o facto das escolas comunicarem ao Ministério da Educação que as turmas estão completas, com todos os professores colocados e "prontos" a leccionar e, na hora da verdade: não há professor, o professor pediu reforma e está à espera de substituto, o professor está de baixa e deve regressar na próxima semana ... Mas os meninos têm sempre a hipótese de ir "ocupar o seu tempo lectivo" para outras turmas (onde os professores afectos às mesmas se estão bem maribando para as crianças - dão-lhes uma ficha escolar para preencher e com a mesma vão ter que ocupar as 5 horas lectivas porque eles, os professores, têm as suas turmas e não podem estar a dar muita atenção aos "meninos dos colegas"). Isto é que é o verdadeiro ensino em Portugal. E depois queremos que os jovens de hoje, futuro da nossa sociedade, sejam grandes cérebros sobredotados com excelentes classificações a matemática e português (a língua Mãe).
 
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