quarta-feira, outubro 05, 2005
Autárquicas em Torres Vedras (VIII): As duas faces da moeda socialista
A grande questão que se põe aos eleitores é a seguinte:
- Será que Carlos Miguel representa uma lufada de ar fresco na gestão autárquica, cortando com um passado obscuro de 30 anos de desastrosa governação e negociatas, onde um Parque Verde demorou 20 anos a ser feito, enquanto todas as obras estruturantes da cidade foram sempre adiadas, onde não houve planeamento, linhas de rumo, políticas, mas apenas vagas ideias e navegação à vista?
Se observarmos o manifesto socialista que circula nas ruas vemos que há uma clara tentativa de apresentar novas caras. Pessoas tidas como descomprometidas e algumas até, com reconhecidos méritos nas áreas profissionais de onde provêm, o que é uma novidade no PS. Embora se observarmos atentamente os cartazes, vemos na fila de trás os “fiscais” do partido atentos e sempre leais. Depois quando viramos o manifesto, aí é que vemos a malta toda em fila indiana na lista para a Assembleia Municipal. Ora bolas... lá se foi o corte com o passado. Ali estão eles todos a sorrir como que a dizer..- Estamos aqui... estamos atentos... o Carlinhos é um de nós e nós estamos sempre a ver tudo...
O Alberto, o José, o Toni, o Paulos, até o Lucas ... a família está reunida à volta da mesa.
Afinal aquela da lufada de ar fresco fica para outra ocasião. Carlos Miguel é hoje, o que sempre foi, um homem do aparelho do partido, um delfim dos graduados, uma pessoa comprometida até ao tutano com todas as políticas do passado.
Já anteriormente muitos torrienses tiveram esperança em Jacinto Leandro, o seu antecessor, que depois a deitou para o lixo na esquina do mandato após uns puxões de orelhas dos chefes. Acabou sem glória por ir fazer a sua vidinha depois do pior resultado do PS de sempre nos 30 anos de suplício em que temos vivido.
O PS não pode dar-se ao luxo de deixar tanto trabalho de planeamento em mãos alheias, mas tem que dar um ar arejado na coisa... assim, pela frente apresenta umas carinhas larocas, mas por trás, a segurar as rédeas, estão os mesmos velhinhos de sempre.
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