sábado, dezembro 17, 2005

Revista à portuguesa: “Deixa arder que o meu pai é Bombeiro”, encenada pela companhia Leandro e Severino

Qual Saramago ou Lobo Antunes... não há leitura melhor do que a realidade pura e dura. Ler as actas da Câmara é muito melhor do que ficção ... é a pura realidade muito para além daquilo que a mente humana posso sequer imaginar.
Veja-se esta pérola da história recente torriense sobre a situação dos Bombeiros em 2003. Será que se mantém?
Transcrição das declarações do conhecido cidadão torriense Joaquim Severino em Sessão de Câmara Municipal de Torres Vedras – acta de 26/08/03

“O corpo de Torres Vedras está a ser gerido de uma forma medieval. Diz que um indivíduo tem que fazer uns tantos favores ao comandante se quer lá trabalhar e, depois, tem umas benesses muito grandes dentro do corpo de Bombeiros. O Estado julga que meteu 10 homens a trabalhar num grupo de 1.ª intervenção mas, desses 10, 5 já cá estavam, ou seja está-se a rentabilizar os homens que a Câmara financia ao longo do ano. Um é o filho do comandante que tem 15 anos, o outro é filho do comandante, que tem 17 anos, outro é filho do adjunto, que tem 17 anos também. Diz que se calhar por isso é que o Sr. Comandante se recusou a mandar meios para outros lados porque sabia que na 1.ª linha iriam os filhos dele e se calhar não tinham preparação para enfrentar aqueles incêndios.
Afirmou ainda que o Presidente da Direcção está conivente com o Comandante dos Bombeiros porque tem um bombeiro profissional que é seu sobrinho direito, tem uma empregada que entrou lá para a Contabilidade que é sua sobrinha direita
O Comandante dos Bombeiros é um funcionário político desta Câmara, é o Secretário do Sr. Presidente da Câmara, da Protecção Civil, e nunca lhe constou que ele assinasse uma hora de ponto, tivesse um gabinete ou tivesse ido fazer à Câmara qualquer coisa de útil para a Protecção Civil. Apelou ao Sr. Presidente que ponha a mão na consciência, pois sabe precisamente que isto é verdade. Disse ainda que não se pode continuar a permitir esta bandalheira”.


Na resposta o então Presidente da Câmara, Jacinto Leadro, diz que não pode fazer nada porque os Bombeiros não são da Câmara, mas depois, vai-se a ver, afinal a Câmara é que entra com o carcanhol...

O Sr. Presidente usou da palavra (...) em relação à questão, concreta do Comandante dos Bombeiros funcionário desta Câmara há perto de 20 anos, referiu que o que houve foi uma tentativa de o requalificar enquanto membro ligado à Protecção Civil e de lhe pagar minimamente um ordenado, que pensa ser compatível com aquilo que ele faz. (...) não tem dúvidas sobre a dedicação e, independentemente de todos os atributos que possam arranjar ou não, não põe em causa a dedicação do comandante dos Bombeiros à causa dos Bombeiros e o tempo que ele perde e gasta, e, portanto, nunca houve nenhum controlo nem tem que haver e da sua parte não haverá, enquanto for Presidente de Câmara, nenhum controlo para saber o que o comandante dos bombeiros está a fazer. Tem a certeza que, em termos da dedicação, ela existe e ele está, não 12 mas, está 18 horas ou 20 horas ao serviço, e é esse o seu estatuto. Ele é um funcionário da Câmara, e só enquanto funcionário da Câmara é que todo e qualquer comandante dos bombeiros pode ter a dedicação que tem porque se fosse funcionário de uma outra empresa privada ninguém o podia ter com aquele estatuto, e, por isso é que a Câmara, para além de dar cerca de 40 mil contos por ano aos Bombeiros, lhes paga a água, os seguros. Ainda paga ao comandante dos Bombeiros, e paga à primeira intervenção. Por isso afirma que na prática são Bombeiros municipais sem o serem”.


Vamos lá ver se eu percebi. A Câmara entra com a massa, mas não pode intervir nos Bombeiros. O Comandante é um funcionário (fictício) da autarquia, mas a autarquia não pode fiscalizar o que ele faz, embora lhe pague um ordenado, mas para ele trabalhar nos Bombeiros, onde a Autarquia diz não poder actuar... pelos vistos só pode mesmo é pagar.
Mas que rico negócio... e não há um lugarzinho para mais um primo?

Comments:
porra de uma vez por todas acabem com esta espécie de voluntariado que são os bombeiros voluntários.
Um país no séc. XXi não consegue assegurar bombeiros profissionais, este voluntariado sai carissimo e ninguem tem controlo sobre ele.

Já se esqueceram dos passeios de helicoptero em lamego
 
Meus amigos, na qualidade de cidadão torrense sinto-me deveras triste ao ler estas "bacuradas" que lançaram acerca dos Bombeiros. Todos temos de louvar e acarinhar esta instituição que 24H por dia e 365 dias por ano está sempre pronta para socorrer quem necessite. Utilizem o blog com honestidade, e não com lançamento de suspeições sem conhecimento de causa.


Um abraço a todos os bombeiros
 
O Sr. Joaquim Severino deveria era ter vergonha na cara de estar a misturar politica com os bombeiros, pois toda a gente sabe que o referido Sr. faz parte da oposição e que é pai de um ex bombeiro que foi dos poucos que foi expulso da corporação por mau comportamento quando deveria já ter idade para ter juizo.
 
O conhecido cidadão torreense Joaquim Severino autor das palavras acima descritas, deveria ere ter vergonha na cara, pois toda a gente sabe que os bombeiros sobrevivem com subsidios da Camara Municipal, e com a ajuda dos cidadãos e empresas do conçelho de Torres Vedras. Sem estas verbas os bombeiros não tinham capacidade para combater incêndios e socorrer
quem deles necessite, e um dia quem sabe poderá ser o Sr. autor deste texto, que de certeza não lhe será negado auxilio.
 
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