quarta-feira, setembro 06, 2006

Variante Poente: o paradigma da propaganda e dos prazos não cumpridos

As obras da segunda parte da Variante Poente à cidade de Torres Vedras deveriam estar terminadas, mas o estado da coisa é o que se vê.
Quando foi colocado um estrondoso cartaz anunciando a obra, por coincidência a oito dias antes das eleições autárquicas, os torrienses ficaram espantados. Não só pelo facto de se tratar de uma manobra eleitoral descarada com dinheiros públicos, mas também por lá dizer que a via estava pronta num ano.
Quanto aos aspectos propagandísticos, já estamos habituados... quem não se recorda dos muitos cartazes anunciando obras prometidas espalhados pelo concelho em vésperas de eleições... mas quanto ao prazo de construção, aí, toda a gente estranhou, porque nunca se viu uma obra daquelas, com 1,8 quilómetros ser feita num só ano. Temos uma longa tradição de não cumprir prazos.
E a verdade é que estamos no prazo anunciado e agora a desculpa foi o deslizamento de terras, pois o Inverno foi muito rigoroso. OK, a gente finge que acredita porque gostamos de fazer figura de otários. Mas era óbvio que não havia tempo e agora desulpam-se com a cena da chuva. Até parece que no Inverno faz sol e que as encostas não escorregam. Enfim... planificação à portuguesa.
Agora o nosso presidente Carlos Miguel diz que vai dar mais uns meses... só esperamos que não chova outra vez e a coisa venha a derrapar de vez. Porque isto de derrapagens das vias poentes é uma chatisse. Quem não se lembra dos famosos “trabalhos a mais” para construir a primeira parte da via poente? Custaram quase tanto com a via em si e parece que tudo aconteceu por falta de planeamento. Dizem que foi por isso que ficou a meio.
Por isso, o que todos agora desejamos é que a segunda parte da via poente não “derrape” mais e, já que não acaba no prazo (já estamos habituados), pelo menos que custe só o que está orçamentado (2.316.556,63 euros). Estamos no Verão e agora não chove para derrapagens dessas.

Comments:
que a obra arrancou com grande aparato a poucos dias das eleições autárquicas toda a gente reparou. Mais grave é que a obra tem problemas de raíz que vão tornar a obra ou bastante mais cara ou de utilização condicionada, para já não falar no atraso na sua conclusão.
As responsabilidades devem ser apuradas. Se o projecto feito por uma empresa, então a responsabilidade é dela, pois os engenheiros que participaram no projecto tinham simplesmente a obrigação de saber que os taludes onde cortaram a via iam deslizar com as chuvas. Agora para remediar a situação vai-se removendo as terras que mexeram e substitruindo por pedra. No entanto apenas uma intervenção de fundo bastante mais dispendiosa poderá dar estabilidade aos taludes. Quem não vai lá passar em dias de chuva forte sou eu, não ser encontrado apenas lá mais em baixo no Parque da Várzea e soterrado pela encosta do Varatojo!!!
 
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